31.10.10

Salon Rouge (1908 - 1926)


Local onde existiu o Salon Rouge

Na primeira década do séc. XX o sucesso das exibições cinematográficas era tanto que em Lisboa surgiram inúmeras salas espalhadas pelo centro da cidade. O Salon Rouge foi uma delas. O nome pomposo em francês não correspondia de todo ao aspecto da sala que era apenas um salão improvisado sem grandes preocupações de conforto ou requinte. Situado entre o Bairro Alto e o Príncipe Real, conseguiu manter as portas abertas durante quase duas décadas. O seu sucesso deveu-se sobretudo ao facto de para além das sessões normais ter sessões para adultos a partir da meia noite com películas demasiado chocantes para a época. Interessante era o facto de nos programas ser mencionado o seguinte: "Para os males provenientes deste espectáculo há alívio seguro nas casas de caridade próximas"(1). Depois de encerrar foi convertido em garagem assim permanecendo durante várias décadas. Actualmente é uma dependência bancária.

(1) RIBEIRO, M. Felix - 'Os mais antigos cinemas de Lisboa. 1896-1939'. Lisboa: Instituto Português de Cinema; Cinemateca Nacional: 1978, p. 87.

Localização: Rua D. Pedro V nº 105

27.10.10

Salão Chiado (1907 - 1908)


Armazéns do Chiado, local onde existiu o Salão Chiado


No início de 1907 Raul Lopes Freire, filho de um respeitado comerciante lisboeta decidiu investir na sua grande paixão abrindo um animatógrafo. Nascia assim o Salão Chiado, sala que devia o seu nome ao bairro onde se localizava e também ao facto de se encontrar dentro dos próprios Armazéns do Chiado. Era uma sala modesta de pequena lotação mas com uma boa afluência de público que lhe permitiu manter-se sempre numa situação económica estável. Entusiasmado com o sucesso do Salão Chiado, Raul Lopes Freire, decidiu investir na aquisição de uma sala mais ampla e com outro tipo de comodidades. Desta forma seria inaugurado em 1908 o Salão Central. Apesar da abertura da nova sala nos Restauradores, a pequena sala do Chiado continuou aberta à sua clientela habitual sempre com boas performances de bilheteira. Todavia no final de 1908 o seu criador decidiu pôr fim ao curto mas brilhante percurso do Salão Chiado para se dedicar exclusivamente à exploração mais rentável do novo Salão Central.

Localização: Rua Nova do Almada

24.10.10

Salão São Carlos (1907 - 1910)


Local onde existiu o Salão São Carlos

Nos começos de Maio de 1907 abriu portas mais uma sala de cinema no chiado. O Salão São Carlos devia o seu nome à proximidade com o famoso teatro lisboeta. Era à sua época uma bela sala com todas as comodidades e condições de segurança. Possuía várias salas de espera e uma ampla sala de buffet. Os seus proprietários não olharam a despesas e adquiriram o material de projecção mais moderno que existia na época. Durante ano e meio gozou de grande popularidade mas a abertura de novas salas mais amplas e modernas acabaria por ditar o seu encerramento. No seu local esteve durante muitos anos a casa de chá "A Caravela", que viria também a encerrar no início dos anos 90.

Localização: Rua Paiva de Andrade nº 2

20.10.10

Cine-Teatro Joaquim de Almeida (1925 - 1939)


Fotografia do Cine-Teatro no início do Séc. XX

(Fotografia retirada do livro "Os Mais Antigos Cinemas de Lisboa")

O Cine-Teatro Joaquim de Almeida foi construído graças ao esforço de dois conhecidos actores de teatro dos anos 20: Francisco Judicibus e Casimiro Tristão; que conseguiram com a ajuda de três sócios capitalistas erguer uma excelente sala de espectáculos. Foi escolhido para nome de baptismo o do actor Joaquim de Almeida a quem os seus colegas quiseram prestar homenagem. Inaugurado em 1925, a sua exploração teve sempre sessões de cinema em conjunto com peças teatrais. Era um edifício com uma beleza sóbria tanto no interior como no exterior e com instalações cómodas. Ficava situado na esquina entre a Rua do Sol ao Rato e a Rua de São Bento, virado para a futura Av. Álvares Cabral ainda em início de construção. O terreno era alugado à câmara que ali permitiu a construção de uma sala de espectáculos. Apesar da localização relativamente afastada do que na altura era considerado o centro da cidade e onde se encontravam na época a maior parte das salas de espectáculos, gozou sempre de grande popularidade tanto a nível teatral (por lá passaram grandes nomes do teatro português), como nas sessões de cinema. Nos anos 30 em consequência do alargamento da Av. Álvares Cabral a C.M.L. reclamou os terrenos e posteriormente acabaria por demolir o imóvel alegando um interesse maior que seria o desenvolvimento urbanístico da zona, apesar dos pedidos insistentes por parte das pessoas ligadas às artes para que o mesmo fosse considerado imóvel de interesse público.


Localização: Rua de São Bento

5.10.10

Salão Avenida (1898 - 1901)


Local onde existiu o Salão Avenida

No início do século XX o capitalista Alexandre Mó era um dos homens mais respeitados da alta sociedade lisboeta. Muito desse êxito deveu-se ao facto de ter sido juntamente com Manuel da Costa Veiga o responsável pelo aparecimento da empresa que explorava as exibições de animatógrafo do Coliseu. Um desentendimento entre os dois sócios fez com que Alexandre Mó se separa-se da empresa que tinha ajudado a criar graças ao seu capital, investindo numa nova forma de espectáculo recém criada e que era inédita no nosso país. Decidiu arranjar uma sala exclusivamente para sessões cinematográficas, à qual daria o nome de Salão Avenida por se localizar na Av. da Liberdade, um pouco acima da Rua das Pretas. Tal como outras salas suas contemporâneas teve uma existência curta acabando por encerrar pouco mais de um ano depois de ser inaugurado. No seu local alguns anos mais tarde viria a instalar-se o depósito de Água das Lombardas, mais tarde a Aero-Portuguesa e posteriormente durante muitos anos o café avenida. Actualmente existe no local um edifício de escritórios recentemente inaugurado no qual foi feito o aproveitamento da fachada original.

Localização: Av. da Liberdade